Data:22/04/2021 18:31:35
O Cedeca Casa Renascer participou no último dia 15, do primeiro “Tribunal Popular de Mulheres - Elizabeth Nasser”realizado no estado, na modalidade online, através da Assessora Jurídica Jéssyka Basílio a convite do Coletivo Autônomo de Mulheres Leila Diniz.
Os Tribunais Populares são metodologias utilizadas por movimentos sociais e feministas da América Latina para denunciar a violência contra os corpos e dar visibilidade a grupos vulneráveis e comunidades em diferentes contextos de violação de direitos humanos.
O Tribunal teve a participação de várias organizações, mandatos populares e representações de movimentos de mulheres do Rio Grande do Norte, que fizeram falas sobre/ e ou denunciaram a violência que alcança meninas e mulheres, a fim de analisar os impactos deste modelo de desenvolvimento e da ausência de políticas públicas que supram as necessidades nesse momento de pandemia no Brasil.

Em 2014, aconteceu o primeiro tribunal de mulheres no Brasil, em Macapá, durante o Fórum Social Panamazônico - (FSPA), processo que buscou articular os movimentos sociais, comunidades tradicionais e povos originais dos nove países da Bacia Amazônica (Brasil, Equador,Venezuela, Bolívia, Suriname, Guiana, Guiana Francesa, Colômbia, Peru) com o objetivo de aproximar culturas, quebrar o isolamento das lutas de resistência, fortalecer o combate anti-imperialista, desenvolver a autonomia dos povos, promover a justiça social e ambiental, se opondo aos modelos de desenvolvimento predatórios aos povos que vivem na Pan-amazônia, bem como de discutir alternativas para construção de igualdade social, num sentido mais amplo.
Em 2018, a Marcha das Margaridas, realizou o Tribunal Popular das Mulheres – Marielle Franco, para apontar os impactos de crimes sobre o meio ambiente e à vida das mulheres, destacando também as formas de resistências produzidas pelas populações destes territórios para reparar os seus graves efeitos e promover justiça social.
Para Cláudia Gazola, Arquiteta Urbanista, Ativista da AMB, Articulação de Mulheres Brasileiras, “o Tribunal Popular tem caráter simbólico e político, organizado pela sociedade civil, que permite ouvir as muitas vozes de mulheres para dar visibilidade às denúncias e alternativas propostas pelas mulheres no debate com as instituições públicas”. O Tribunal Popular online é uma simulação de espaço institucional, uma forma de incidir politicamente, que oportuniza mulheres de diferentes contextos a denunciarem os impactos da violência e outras formas de violações de direitos.
Por: ASSCOM